Perguntas & respostas

Informação clara sobre a COTE: perguntas frequentes, bases do processo e definições essenciais.

A. O DIÁLOGO NACIONAL INCLUSIVO

É um processo de diálogo promovido pelo Estado moçambicano, que reúne as instituições do Governo, os Partidos Políticos, o Sector Privado, a Sociedade Civil e todas as forças vivas moçambicanas, no país e no estrangeiro, para discutir e construir consensos sobre a Revisão da Constituição e do Sistema de Governação.

A finalidade é promover a paz, a estabilidade, a justiça e a inclusão social.

Porque garante espaço para todas as vozes, seja de partidos com ou sem assentos no Parlamento, as Assembleias provinciais e autárquicas, os Distritos, Postos Administrativos, Localidades e Comunidades, jovens, mulheres, líderes comunitários, religiosos, académicos, trabalhadores, empresários, jornalistas e cidadãos moçambicanos em todos os cantos do mundo, participem no futuro do país.

A liderança é do Presidente da República, Daniel Francisco Chapo, em articulação com os presidentes e dirigentes dos partidos políticos signatários do Compromisso Político para Um Diálogo Nacional Inclusivo.

Foi criado pela Lei n.º 1/2025, de 11 de Abril, e regulamentado pelo Decreto Presidencial n.º 17/2025, de 05 de Maio, que define a estrutura e o funcionamento de uma Comissão Técnica (COTE), criada para a materialização do Compromisso Político para Um Diálogo Nacional Inclusivo.

B. A COTE

COTE é a sigla de Comissão Técnica para a Materialização do Compromisso Político para um Diálogo Nacional Inclusivo.

A COTE é o órgão técnico que organiza, coordena e implementa todas as actividades do Diálogo Nacional Inclusivo, desde as auscultações públicas até à sistematização das propostas apresentadas pelos cidadãos.

A COTE é composta por 21 membros:

  • 18 designados pelos partidos políticos com assento nas assembleias;
  • 3 provenientes da sociedade civil.

Entre outras funções, a COTE é responsável por:

  • Organizar a auscultação pública e debates temáticos;
  • Criar e supervisionar grupos de trabalho temáticos;
  • Garantir que as actividades sejam inclusivas e realizadas dentro dos prazos;
  • Recolher, analisar e apresentar as propostas finais às lideranças políticas.

Os grupos de trabalho abordam dez áreas fundamentais:

  1. Assuntos constitucionais;
  2. Eleitorais;
  3. Fiscais;
  4. Económicos;
  5. Administração Pública e Despartidarização;
  6. Recursos Naturais;
  7. Defesa e Segurança;
  8. Justiça;
  9. Reconciliação e Unidade Nacional;
  10. Descentralização e Desconcentração.

C. QUEM PARTICIPA NO DIÁLOGO NACIONAL INCLUSIVO?

Todos os moçambicanos, nomeadamente partidos políticos, sociedade civil, organizações profissionais, jovens, mulheres, camponeses, operários, académicos, líderes tradicionais e comunitários, confissões religiosas, combatentes, desmobilizados, funcionários públicos, vendedores informais, agentes económicos e residentes na diáspora.

Porque representa as vozes e experiências dos cidadãos, comunidades, grupos, associações, empresários, congregações garantindo que o diálogo não seja apenas político.

Sim. O Diálogo Nacional inclui consultas à diáspora, reconhecendo o papel dos moçambicanos fora do país no desenvolvimento e na coesão nacional.

D. COMO PARTICIPAR NA AUSCULTAÇÃO PÚBLICA?

É o processo de escuta das opiniões e sugestões dos cidadãos sobre os temas em discussão para revisão constitucional e do sistema de governação. Cada cidadão pode partilhar ideias sobre como melhorar a governação, a justiça, o sistema eleitoral ou outros temas do Diálogo, entre Setembro e Dezembro de 2025.

Há várias formas:

  • Participando nas sessões distritais de auscultação pública;
  • Enviando contribuições pela plataforma digital org.mz;
  • Interagindo nas redes sociais oficiais do Diálogo Nacional;
  • Respondendo a inquéritos;
  • Participando via rádio e televisão.

Sim. O Diálogo é aberto a todos os cidadãos, independentemente da filiação ou não a algum partido .

A COTE e os Grupos de Trabalho sistematizam as contribuições recolhidas e, após essa sistematização, serão formuladas propostas de reformas de carácter legislativo e governativo, que voltarão a ser submetidas a debate público antes de serem submetidas às lideranças políticas e, posteriormente, à Assembleia da República para aprovação.

E. COMO FUNCIONA O PROCESSO DE DIÁLOGO NACIONAL INCLUSIVO?

As decisões são tomadas por consenso. Se não houver consenso, decide-se por maioria de três quartos, ou seja, quando três em cada quatro participantes estiverem de acordo.

Encontros presenciais e virtuais, debates nos meios de comunicação, podcast, redes sociais e painéis de cidadãos.

Através da participação aberta dos cidadãos, da monitoria periódica das decisões e dos resultados e da divulgação pública das actividades.

F. PRINCÍPIOS DO DIÁLOGO NACIONAL INCLUSIVO

Cultura de paz, reconciliação, tolerância, pluralismo, honestidade, cidadania, equilíbrio de género, respeito à diversidade e transparência.

Significa garantir que o processo não alimente divisões, mas sim fortaleça a confiança, a escuta e o entendimento entre os moçambicanos.

A igualdade de género é um princípio transversal; em todas as fases, as mulheres e os homens participam em condições de igualdade e equidade e as decisões são acompanhadas por indicadores sensíveis ao género.